"Não li todos, não sei se mereço o prêmio, mas merecia estar entre os primeiros, talvez", disse Chico Buarque, ontem, após ganhar o Prêmio Portugal Telecom, um dos mais importantes para obras em língua portuguesa, por "Leite Derramado" (Companhia das Letras). "O livro não é mau."
O resultado, anunciado em cerimônia comandada por Jô Soares, já era esperado entre os presentes na Casa Fasano desde que, no início da noite, soube-se que o músico confirmara presença. O mesmo havia acontecido na quinta passada, quando ficou em segundo lugar na categoria romance do Prêmio Jabuti, mas levou a honraria na categoria principal de ficção, de livro do ano.
Pelo Portugal Telecom, Chico recebeu R$ 100 mil. Em segundo lugar, ficou o romance "Outra Vida" (Alfaguara), de Rodrigo Lacerda, que levou R$ 35 mil, e, em terceiro, o volume de poemas "Lar" (Companhia das Letras), de Armando Freitas Filho.
"Sou meio responsável por este prêmio. Falei: ''Se o Chico não ganhar eu não vou''", emendou Jô após o anúncio. Ansioso para chamar o músico ao cenário montado no formato de seu programa de TV, o apresentador nem citou os outros seis finalistas. Além dos vencedores, estavam indicados "AvóDezanove" e o "Segredo do Soviético", do angolano Ondjaki (único não brasileiro entre os concorrentes), "A Passagem Tensa dos Corpos", de Carlos de Brito e Mello, "O Filho da Mãe", de Bernardo Carvalho, "Pornopopeia", de Reinaldo Moraes, "Olhos Secos", de Bernardo Ajzenberg, e "Monodrama", de Carlito Azevedo.
O romance "Caim", de José Saramago, foi retirado da disputa na semana passada a pedido da Fundação Saramago e da Companhia das Letras. A organização optou por homenagem, com a presença da viúva do escritor, Pilar del Río. Ao lado da escritora Nélida Piñon, ela foi chamada ao palco no início da noite para falar sobre o autor e a fundação antes da exibição de trechos do documentário "José & Pilar".
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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